(Tem sido mesmo muito difícil vir aqui... a Tiz não me dá uma folga... mas isto está a compor-se)Depois de ter perdido muito sangue durante o parto, assim que chego ao quarto, sou bombardeada por médicos e enfermeiros que começam a espetar-me por todo o lado, foi soro, antibióticos, analgésicos e sangue... tive que receber uma transfusão de sangue. A minha tensão estava baixíssima, nem me deixavam subir a cabeceira da cama tive que estar assim umas horas, com os pés mais altos que a cabeça. Estava zonza e cheia de fome, estava branca como um cadáver e sem força... quando estive com a Tiz ao colo na sala de partos enquanto era cosida, "fechei" os olhos várias vezes, fiz uma força enorme para me mater acordada e não a deixar cair.
Na primeira noite, uma enfermeira minha amiga levou a Tiz umas horitas para o quarto das enfermeiras para eu descansar um pouco. Era suposto o levante ser 6 horas após o parto, para um parto normal, o meu só aconteceu 20 horas depois do parto.
Na manhã seguinte estava ansiosa por tomar um banho, mas não tinha permissão para me levantar, tive que tomar banho deitada na cama, um banho à gato, onde nem pude lavar a cabeça... as visitas a chegar e eu a sentir-me toda badalhoca, estava também super inchada como nunca estive durante a gravidez, parecia que tinha sido assoprada.
Como é óbvio estava toda dorida das "partes baixas", vim a saber mais tarde que para além do corte do perínio tive também uma laceração dupla, ou seja, "rasgou" por ali abaixo.
Quando perguntei à enfermeira como é que isso aconteceu, ela justificou o que o exmo.sr.dr. BESTA não chegou a tempo... como é que não chegou a tempo, se aquele grandessíssimo animal esteve o tempo todo à minha frente???
Outro contratempo que tive teve a ver com o facto de na mama esquerda ter colostro hemático, o que significa que vinha com sangue. Ao chegar ao quarto e na hora de por a princesinha a mamar pela primeira vez, deram-me umas valentes espremidelas nas mamas e detectou-se o dito sangue, para o qual ninguém sabia apresentar uma explicação, diziam apenas que não era muito comum mas que podia acontecer... nos restantes dias dei apenas mama direita e também tomou suplemento, pois houve algumas vezes em que a mama direita também apresentou sangue, e eu ia tirando aquele colostro ensanguentado com a bomba.
Foram dias muito complicados, só pensava que quando viesse o leite também viria com sangue, estavamos muito aflitos pois não sabiamos o que fazer quando viessemos para casa.
Como amamentava exclusivamente da mama direita, esta ficou desgraçada, toda gretada e actualmente está ligeiramente maior do que a esquerda.
Continuando, na 2ª feira era o dia da alta, a Tiz teve alta mas eu não devido a todas estas peripécias, lá ficámos mais um dia no hospital.
Na 3ª, corremos para a farmácia para comprar a bomba e esterilizador... tinha indicações médicas para tirar sempre um pouco antes de dar à bebé para ver se vinha sangue e entretanto daríamos também suplemento se necessário, daí necessitarmos de fazer esta compra, que ficou mesmo para o final.
Quando chegámos a casa é que foi mesmo um stress, nunca sabíamos se ela tinha fome, se estava a comer muito ou pouco, mas com a subida do leite na 4º feira, as coisas começaram a melhorar e ela deixou de tomar o suplemento.
O gretalvite foi o que me ajudou e a bomba também foi essencial, havia alturas que parece que tinha pedras no lugar das mamas e era um alívio bombear aquele leite para fora.
O peito foi melhorando e as "partes baixas" piorando, eu sempre fiz alergia a pensos higiénicos e nesta fase a usar pensos tantos dias seguidos fiquei com uma assadura terrível, os pontos já estavam a melhorar, quando veio esta assadura por tudo em carne viva. Para mim isto foi o pior, eu já não conseguia estar sentada, nem andar de maneira nenhuma, cheguei a dar mama de joelhos e de pé, mas depois de 2 visitas ao hospital lá me receitaram antibiótico e uma pomada que foi a minha safa...
Foram tempos muito conturbados, juntando isto à falta de sono, à ansiedade de quem não sabe se está a fazer a coisa certa, mas graças a Deus tive a ajuda dos meus pais que estiveram sempre connosco.